O baixo rendimento escolar é um dos principais e mais preocupantes problemas enfrentados nas escolas brasileiras. Com o isolamento provocado pela pandemia de Covid-19 entre 2020 e 2022, o desafio se tornou ainda maior e mais complexo.
O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), por exemplo, apresentou o pior resultado desde o início de sua avaliação, em 2010. Enquanto em 2019, 44% dos alunos terminaram os anos iniciais com conhecimento abaixo do patamar adequado, em 2022 esse número saltou para 61%.
Embora o período de pandemia tenha sido crucial para chegarmos a esses números, o fator não foi unicamente determinante. Segundo especialistas, o baixo rendimento escolar está atrelado a diversos outros elementos, como a falta de motivação ou de interesse; ausência de uma rotina de estudo; falta de estímulos adequados, cansaço por excesso de tarefas e provas; problemas familiares e muito mais.
Baixo rendimento escolar na prática
De um modo geral, o rendimento escolar está atrelado diretamente à capacidade de absorver o conhecimento e ser capaz de aplicá-lo e de expressá-lo. Logo, aqueles que não possuem ou desenvolvem essas habilidades, estão aquém do esperado.
E quando isso acontece, e as notas ruins começam a aparecer com maior frequência, é hora de ligar o alerta. Afinal, embora nem todas as crianças gostem de estudar, diferentes fatores podem causar ou influenciar o baixo rendimento escolar, dentre elas:
Fatores externos, como ambiente escolar, interação social e metodologia;
Fatores internos, como problemas familiares, estado emocional e maturidade da criança;
Fatores biológicos, como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dislexia e Déficit de Processamento Auditivo (DPA).
Seja qual for a razão, o baixo desempenho escolar deve ser tratado ainda na fase inicial. Caso contrário, o problema pode ser ainda maior, com impactos consideráveis na vida pessoal, profissional e acadêmica.
Como identificar a origem do problema?
Conforme abordamos anteriormente, os alunos com baixo rendimento escolar geralmente têm picos de autoestima baixa e falta de motivação; dificuldade de concentração, hiperatividade e outros sintomas também são comuns.
Em alguns casos, o problema é facilmente resolvido com reforço escolar, estímulos à leitura e atividades mais lúdicas; em outros, no entanto, os sintomas podem estar associados a questões neurológicas, como a dislexia, TDAH, DPA, entre outros.
Identificar a origem do problema nem sempre é fácil. Por isso, uma boa dica é ouvir a criança para tentar resolver esses problemas que causam o baixo rendimento escolar, por exemplo. Afinal, isso pode ajudar a entender de onde vem os bloqueios de aprendizagem e como garantir o melhor desempenho do aluno.
Além disso, é importante se manter atento aos comportamentos, a fim de detectar os sintomas ainda no início e apoiar o desenvolvimento de crianças e adolescentes durante o ano letivo. Dentre os sintomas comuns – e que podem ajudar a acender um alerta de transtorno neurológico –, podemos destacar:
Dificuldade de leitura, erros de ortografia e problemas para formar frases;
Facilidade para se distrair, perda consecutiva de objetos, dificuldade de concentração, agitação, impulsividade, entre outros;
Distração, dificuldade para cumprir tarefas em sequência, dificuldade de localizar de onde vêm os sons ou lembrar o que dizem a ela, necessidade de volumes/sons sempre alto e mais.
É bom destacar, ainda, que nestes casos é essencial contar com apoio profissional para entender a conduta dos alunos – sem julgamento – e estabelecer a melhor forma de atuação, caso a caso. Um profissional qualificado é capaz de ajudar a entender o todo, não apenas o esforço do aluno em sala de aula, como também a forma como a criança aprende e se relaciona com os outros.
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